Colocar a nossa região no mapa continua a ser uma tarefa árdua. Basta abrir o atlas, procurar os Açores e, se se puser um dedo desajeitado no meio do Atlântico, tapa-se as nove ilhas de uma só vez. Ainda são poucas as pessoas lá fora que sabem da nossa existência, e até os Portugueses além mar enganam-se regularmente com o número exacto de ilhas que compõem o arquipélago.
Porém existe uma excepção notável na nossa invisibilidade geográfica:
as Comunidades. Com cerca de dois milhões de açorianos espalhados na América do Norte, os Açores já não são só nove ilhas.
A semana passada chegou cá uma missão empresarial luso-canadiana à procura de novas oportunidades de negócio. Convém destacar que muitos destes visitantes já tinham ligações empresariais com os Açores desde há anos. Durante uma semana intensiva de trabalho, visitaram fábricas e cooperativas, criaram e fortaleceram laços com homólogos açorianos, trocaram conhecimento, estabeleceram planos de cooperação e fecharam contratos para a exportação de produtos agro-alimentares.
O objectivo desta missão empresarial era claro: encolher a distância entre os Açores e as Comunidades, potenciar a divulgação do arquipélago e contribuir para a dinamização da economia regional porque, hoje em dia, o potencial de compra dos emigrantes está longe de ser negligenciável.
De ambos lados do Atlântico, a vontade de colocar os produtos açorianos onde possam ser uma mais-valia e competir com outros não falta. No entanto, as quotas que regimentam exportação e importação são pouco flexíveis, a burocracia é pesada e os transportes ainda continuam dispendiosos e lentos.
Mesmo assim, a capacidade de identificar oportunidades onde outros só conseguem ver desafios é o que faz a diferença entre um empresário e um mero negociante - onde existe benefício mútuo, existem sempre possibilidades de negócios.
O balança da visita foi sem dúvida positivo porque nada pode substituir o contacto humano e os empresários luso-canadianos voltaram à casa impressionados com a arte de bem receber característica das nossas ilhas de bruma.
Voltem sempre... (quazorean@gmail.com)
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